terça-feira, 1 de abril de 2014

Effective Teaching in Gifted Education


                                         

Estou lendo no momento o livro : Effective Teaching in Gifted Education, de Wendy Robinson &  Jim Campbell, First published 2010 by Routledge. Este livro está disponível na livraria cultura, aqui no Brasil. Advindo de um presente de um amigo estrangeiro, esta leitura trouxe minhocas pra minha cabeça.
Já no primeiro capítulo, o livro traz uma realidade que, se transposta para a nossa, aqui do Brasil, deveremos pensar bem nos caminhos da educação especial de alunos com altas habilidades/superdotação. O que quero dizer é que, na Inglaterra,  a resposta para as necessidades destes alunos começaram a ser  traçadas em políticas educacionais já nos anos de 1978, e que não houve uma política em nível nacional, a não ser recentemente. Transcrevo um trecho preocupante:  

' This trend was alleged to be reinforced by unenthusiastic attitudes in the teaching profession, either on the grounds that teachers lacked confidence about how to challenge such students through their teaching (HMI 1992: para. 3), or that meeting their educational needs had lower priority than managing the behaviour and learning of other pupils in busy and challenging classrooms, or both '

Esta tendência ( de falta de política pública ) foi pretensamente reforçada pela falta de entusiasmo nas abordagens docentes, quer nos campos em que os professores se sentiam inseguros de como motivar tais tipos de alunos através de suas práticas pedagógicas, quer pelo fato de que a satisfação das necessidades educacionais destes alunos tinham baixa prioridade quando comparadas com o lidar dos comportamentos e aprendizados de outros alunos em classes lotadas, difíceis ou lotadas e difíceis ao mesmo tempo. Página 3 do capítulo I, que traça o perfil educacional e de políticas públicas entre 1999-2009 na Inglaterra.(tradução nossa). 

Pergunto-me se este não é o nosso cenário de trabalho hoje no Brasil. Classes lotadas e difíceis não são, nem de longe, privilégio da Inglaterra.

A coisa se complica ainda mais quanto à objetividade. As escolas não sabem muito bem o que fazer de maneira sistemática, organizada e padronizada. Não chamo este quadro  de um Laissez-faire quanto ao que professores e escolas devam fazer para garantir estímulo adequado aos alunos que manifestam altas habilidades/superdotação, mas nada adianta um bocado de atividades de livre escolha da escola ou dos professores sem um propósito pedagógico de longo prazo. Numa inspeção feita pelo English government’s Office for Standards in Education (OFSTED), em 2003, os inspetores julgaram que, em geral, as práticas de ensino, mesmo no mais relativamente básico dos níveis, eram insatisfatórias. Eis uma passagem do texto que julgo esclarecedora: 

' Consistently high quality provision across subjects for gifted and talented pupils remains the exception. Many schools need to make sure that schemes of work set out what is meant by a high level of challenge and to provide guidance on ways of enriching and extending work for higher attainers. While activities outside normal lessons are often stimulating …they do not generally link well with mainstream work.(OFSTED 2003: 126)

De maneira geral, abordagens de  qualidade voltadas para os questões relacionadas aos superdotados e alunos de altas habilidades restam como exceção. Muitas escolas precisam garantir que planos de trabalho consigam ir de encontro ao que se denomina por alto nível de desafio e de assegurar orientação que enriqueça e amplie caminhos para estes alunos de maior grau de habilidades. Enquanto as atividades para além das aulas corriqueiras são quase sempre estimulantes...elas não são geralmente endereçadas de maneira correta ao trabalho principal (que se deseja, ou se espera para este grupo de alunos ). Tradução nossa.

Assim, podemos encontrar no futuro, os mesmos problemas que OFSTED encontrou em 2003, no Reino Unido. Um bocado de práticas voltadas aos alunos a que aqui me referi, mas sem grande impacto no seu desenvolvimento por não atingir ao que se denomina como  ' alto nível de desafio ', que é o que se espera para tais alunos . Estes alunos devem ser estimulados ao seu limite de capacidade, nas áreas do conhecimento humano em que se destacam.

Para finalizar, o capítulo a que me referi nesta postagem pode ser lido online, com ressalvas, em :  Taylor & Francis Group.
http://www.ewidgetsonline.net/dxreader/Reader.aspx?token=2e624a6c980049e28b246c88da2cd511&rand=221659845&buyNowLink=&page=&chapter=

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